Onde o mar e terra se unem.
Desde tempos imemoriais que a videira vegeta no Algarve e a vinha e o vinho fazem parte do quotidiano das populações. Foram povos como os Fenícios, Gregos, Romanos e Cartagineses que trouxeram esse hábito de outras paragens e terá constituído moeda de troca por produtos da região. Quando o consumo se generalizou, passou a produzir-se localmente, onde as excelentes condições climáticas terão contribuído para a expansão da vinha e para a afirmação económica do vinho. Na época dos descobrimentos a produção do vinho algarvio abastecia as caravelas que saíam de Lagos e Sagres e contribuiu como fonte energética e de vitaminas dos marinheiros, como alternativa á água, dada a dificuldade de conservação desta por longos períodos de tempo.
A Região Demarcada do Algarve foi criada pela Portaria 207/80 e divide-se em 4 sub-regiões; Lagos, Portimão, Lagoa e Tavira que na época mantinham em laboração as suas adegas cooperativas que transformavam cerca de 80% da uva produzida na região. Além das adegas cooperativas haviam centenas de pequenas adegas espalhadas pela região, muitas delas junto a centros piscatórios tirando partido da enorme população dedicada á pesca e á transformação do peixe em conservas. A tradicional região vitivinícola do Algarve estendia-se pelo litoral desde os concelhos de Castro Marim e Vila Real de Stº António a este até aos de Vila do Bispo e Aljezur a oeste, aproveitando economicamente as areias pobres que por outro lado refinavam a qualidade da uva e permitiam plantar as videiras em pé franco, após a invasão da filoxera, o que não sucedia noutros terrenos.
O facto das vinhas se situarem nas areias do litoral contribuiu lentamente para a “morte” das mesmas com a vinda do turismo a partir dos anos 70 e que culminou com o encerramento de 3 das 4 adegas cooperativas que existiam no Algarve. A área de vinha do Algarve chegou a ser de 5/6 mil hectares nos anos 60 e hoje não passará dos mil hectares. A partir dos finais dos anos 90 do século passado começou a assistir-se ao ressurgimento da vinha de vinho, agora também já no interior (barrocal), através de pequenos produtores que com os seus excelentes Vinhos de Quinta têm vindo a colocar outra vez o Algarve como região produtora de vinhos de qualidade.
Estes novos produtores introduziram castas melhoradoras nacionais e estrangeiras que aliadas ás autóctones algarvias dão origem a vinhos de grande carácter e qualidade. A adega da Quinta da Penina labora uvas provenientes de 2 quintas situadas em 2 Sub- Regiões DOP (Portimão e Lagoa) tirando partido dos diferentes microclimas e solos, originando vinhos suaves, bem estruturados, com corpo, apreciados pelo consumidor e pela crítica especializada e com uma boa relação qualidade/preço.